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O que é um vinho frutado?

Boa questão esta, a assestada, porquê, simples porque enferma em si dois ou três pontos importantes. O primeiro, que não lhe apreça tonto porque não o é, reside no facto de reconhecer que a uva é um fruto, especial, mas fruto sem qualquer dúvida.

A segunda questão é que seja natural, como o é, ser perfeitamente natural que um produto obtido a partir duma fruta seja naturalmente frutado ou seja cheire e saiba a fruta.

Começa agora a parte gira e desconcertante – também podia dizer mágica – desta questão, do frutado e da fruta e que pode ser resumida numa outra pergunta: como é que a uva pode guardar dentro de si tantos aromas e que os mesmos se revelem no vinho. A resposta mais acertada é que a natureza opera milagres.

Simplifiquemos em vez de complicar. Cada variedade de uvas usadas na produção de vinhos e note que estas são diferentes das chamadas uvas de mesa (exceptue-se a moscatel e uma ou outra mais), e têm um perfil aromático bem definido, ou seja para lhe dar um exemplo a casta tinta Touriga nacional assume para si um perfil aromático que pode variar de região para região, de terreno para terreno, mas que por mais voltas que lhe deem é o seu. Isto serve para quê? Um enólogo ao desenhar um vinho, começa a fazê-lo na vinha, ora se pretender aquele tipo de aromas no seu belo vinho tinto têm obrigatoriamente de a ter na vinha. Já se apercebeu que a feitura dum vinho tem múltiplas variantes que o podem tornar pura e simplesmente apaixonante.

Criadas as uvas, apanhadas, fermentadas pela primeira vez, a chamada fermentação alcoólica, seguida de outra fermentação a chamada de malolática, eis que sim agora temos o denominado vinho. Segundo as correntes actuais da enologia todo este processo de conversão das uvas em vinho deve ser o mínimo intrusivo possível, posto de outra forma o vinho deve reflectir com fiabilidade o que se trouxe da vinha.

Assim podemos concluir que o vinho reflectirá com muita proximidade a qualidade das uvas, ora as uvas são verdadeiros tesouros de diversidade química pelo que segundo as condições o permitam ou fomentem revelam-se de forma exuberante espelhando a riqueza da natureza. Nesta perspectiva é perfeitamente natural que uma vez aberta a garrafa e transposto o vinho para o copo o álcool ao evaporar-se transporte em si múltiplas mensagens olfactivas que as uvas catalisaram da natureza recordando-nos de frutos vermelhos nos vinhos tintos e de uma miríade de outros aromas nos vinhos brancos, transformando-os em vinhos frutados.

Acredito que nesta altura seja pacífico afirmar devidamente suportado que sim os aromas dos vinhos recordam fruta, especialmente na sua fase mais jovem e exuberante uma vez que é nesta fase que estão mais exuberantes.

Apaixonante, sim apaixonante é a actividade de descoberta destes aromas em cada vinho, em cada gole em cada casta, uma vez que todos eles vão variando à medida que o vinho evolui na garrafa ou no copo…. Iniciado este caminho descoberta eis-nos na rota de sinceros e interessados apreciadores de vinhos. Quem sabe mesmo até de enófilos.

Quer aprender mais sobre vinhos ?

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